papel
pa·pel

sm
1 Substância constituída por elementos fibrosos, principalmente de origem vegetal, unidos entre si, formando uma pasta que se faz secar sob a forma de folhas finas, utilizadas para diversos fins: escrever, imprimir, embrulhar etc.: “Não tenho aqui papel para notar todos os fenômenos históricos, políticos e sociais que me pareceram explicar o edifício do Largo do Machado; mas, ainda que o tivesse de sobra, calar-me-ia […]” (JAl2).
2 Documento escrito ou impresso: “– Passe bem, doutor. – Os seus problemas eu resolvo. A senhora tenha confiança. Surgiu-lhe o marido uma tarde no escritório: – Mais algum papel para assinar, doutor? – Era só” (DT).
3 Parte que um ator ou uma atriz desempenha em filme, peça teatral, novela etc.: O ator representou seu papel na peça com perfeição.
4 por ext O personagem representado pelo ator ou pela atriz: “Num dos ensaios do Vestido de noiva, uma das intérpretes gritava: ‘– Quero um papel de prostituta’. Bem me lembro da paixão com que dizia isso” (NR).
5 Atribuições ou funções que alguém tem em uma organização, na sociedade, em um relacionamento etc.: “Este papel, o de sucessor civil dos presidentes militares, seria exercido bem mais tarde, em 1985, por Tancredo Neves, que, curiosamente, adoeceria na véspera de sua posse e morreria dias antes de assumir a presidência da República” (CA). No meu trabalho, mantenho-me no meu papel; não vou além dele. Em alguns casamentos modernos, tem havido uma troca de papéis: o homem fica em casa, e a mulher sai para trabalhar.
6 Maneira de proceder ou de atuar: Teve um papel importantíssimo no desenvolvimento do novo projeto.
7 V papelão, acepção 2.
8 Dinheiro em cédula; papel-moeda.
9 Econ Qualquer documento, como ação, título de crédito, nota promissória etc., que representa determinado valor e que pode ser negociado.

papéis
sm pl
Nome genérico para vários documentos, como passaporte, carteira de identidade etc., relativos a uma pessoa.
EXPRESSÕESPapel acetinado: papel fabricado com pasta química branqueada, para escrita ou para impressão, com certo grau de brilho.
Papel aéreo: papel muito fino e leve para cartas que seguem por via aérea.
Papel almaço: papel grosso, branco ou azulado, que se utiliza para documentos, requerimentos etc.
Papel apergaminhado: papel para escrita e impressão, com boa opacidade e levemente áspero.
Papel argentado: V papel de estanho.
Papel asfaltado: V papel betumado.
Papel autocopiante, Inform: tipo especial de papel, impregnado de produtos químicos, usado em formulários com mais de uma via, que transfere o texto impresso por meio de uma impressora de impacto para as outras vias; papel NCR (em inglês, non-carbon required, isto é, que não necessita de carbono).
Papel autográfico: aquele com preparação química especial para possibilitar a reprodução de cópias por decalque ou a transferência de um original para uma superfície de impressão.
Papel avergoado: aquele que tem linhas-d’água, ou seja, interrupções na transparência em forma de linhas verticais e horizontais; papel estriado, papel vergê.
Papel betumado: papel entremeado com uma camada de betume, para que se torne impermeável; papel betuminado.
Papel betuminado: V papel betumado.
Papel bonde: a) papel para escrita ou impressão, fabricado com pasta química branqueada, com acabamento aveludado, boa resistência a dobras, utilizado principalmente em propaganda; b) papel para escrita ou impressão, durável e resistente, usado originalmente para a impressão de ações e outros documentos legais, feito de fibra de algodão ou pasta química.
Papel bufã: aquele bem leve, poroso e encorpado, não acetinado, usado principalmente na impressão de livros; bouffant, bufã.
Papel calandrado: papel que passa pela calandra, adquirindo certo lustro ou brilho.
Papel celofane: papel fino e transparente, em diversas cores, muito utilizado em embalagens de presentes, de flores etc.
Papel comercial, Econ: todo documento que substitui a moeda ou representa obrigação ou mercadoria nas operações mercantis, como, por exemplo, duplicata, cheque, letra de câmbio etc.
Papel contínuo: papel produzido em máquina apropriada, de comprimentos diversos, enrolado em bobina; papel sem fim.
Papel crepe: V papel crepom.
Papel crepom: papel enrugado, leve e flexível, usado na confecção de flores e enfeites para festas infantis etc.; papel crepe.
Papel cuchê: papel que tem uma ou ambas as faces recobertas de fina camada de substâncias minerais aglutinadas, de superfície lisa, brilhante ou mate; cuchê, papel estucado, papel gessado.
Papel da china: papel originariamente fabricado na China, leve, sedoso, mas resistente, branco ou amarelado, usado principalmente na tiragem de gravuras em madeira; china.
Papel da holanda: papel espesso e de cor branca, originariamente feito à mão, geralmente utilizado em edições de luxo; holanda.
Papel da índia: papel opaco, extremamente fino e resistente, usado na impressão de bíblias e outras obras muito extensas, quando se visa a reduzir a grossura dos volumes; papel oxford, papel-bíblia.
Papel de alumínio: folha muito fina de alumínio, utilizada na embalagem de vários produtos e, também, em embalagens domésticas; papel-alumínio, papel laminado.
Papel de arroz: papel fino, feito de palha de arroz, usado como invólucro de cigarro e de alguns outros produtos e, também, para riscar moldes de costura ou desenhos para bordados.
Papel de avião: V papel aéreo.
Papel de carta: aquele que, pautado ou não, é cortado em formato conveniente para ser utilizado em correspondências.
Papel de chupar: V mata-borrão, acepção 1.
Papel de embrulho: papel de tipos e qualidades diversas, que se destina a embalar e proteger mercadorias.
Papel de estanho: a) aquele recoberto com uma fina camada de estanho e que é destinado a embalar determinados produtos; b) por ext qualquer papel que tenha aparência metálica, utilizado como envoltório; papel prateado, papel de prata, papel argentado, papel estanhado.
Papel de fantasia: aquele de qualidades e cores diversas, geralmente com estampas ou desenhos.
Papel de fôrma: aquele feito à mão, em fôrma própria para colher a pasta que vem da tina; papel de tina.
Papel de imprensa: a) V papel de jornal; b) V papel de impressão.
Papel de impressão: qualquer um dos vários tipos de papel utilizados na confecção de revistas, periódicos e impressos em geral; papel de imprensa.
Papel de jornal: papel feito com o máximo de pasta mecânica, de superfície áspera, alisada ou monolúcida, que atende à rapidez de impressão exigida e ao custo; papel de imprensa, papel-jornal.
Papel de linho: um tipo de papel gofrado cujo acabamento lembra o tecido de linho.
Papel de lustro: V papel glacê.
Papel de máquina: aquele que é produzido mecanicamente.
Papel de música: aquele que tem pautas especiais de cinco linhas para se escrever música.
Papel de palha: aquele produzido com palha de cereais; é amarelado, pouco resistente e de aparência grosseira.
Papel de parede: papel decorativo, estampado ou gofrado, próprio para forrar paredes; papel pintado.
Papel pólen: papel feito de fibra de eucalipto, de tonalidade levemente perolada, ideal para a impressão de livros, pois reflete menos luz, tornando a leitura mais confortável aos olhos.
Papel de prata: V papel de estanho.
Papel de seda: papel fino e flexível, branco ou em cores, usado para embrulhar objetos delicados, para intercalação, para enfeite etc.
Papel de tina: V papel de fôrma.
Papel do japão: papel extrafino, originariamente do Japão, levemente amarelado, obtido em geral de fibras de cortiça de amoreira, para gravuras, edições de luxo e de bibliófilos; japão.
Papel duplex: aquele que tem de cada lado diferentes cores ou diferentes acabamentos.
Papel esquadrado: V papel quadriculado.
Papel estanhado: V papel de estanho.
Papel estriado: V papel avergoado.
Papel estucado: V papel cuchê.
Papel filigranado: aquele com várias espécies de filigranas.
Papel Florpost: papel fino fabricado com celulose química branqueada, de acabamento alisado ou monolúcido, em diversas cores, utilizado, principalmente, para segundas vias de notas e para correspondência aérea.
Papel fotográfico: aquele que é preparado em uma das faces com uma emulsão fotossensível, usado para cópias fotográficas; papel sensibilizado, papel sensível.
Papel gessado: V papel cuchê.
Papel glacê: papel muito carregado de caulim e extremamente calandrado; apresenta superfície lisa e brilhante, com reflexos esmaltados; papel lustroso, papel de lustro, papel-porcelana.
Papel gofrado: papel com superfície em relevo, imitando madeira, couro ou outros padrões, produzido por gofragem.
Papel gomado: aquele que recebeu leve camada de goma em um dos lados (selos, estampilhas), a fim de tornar-se adesivo.
Papel havana: V papel pardo.
Papel hectográfico: papel-carbono, de corante geralmente roxo, solúvel em água, usado para a produção de matriz para hectógrafo.
Papel heliográfico: aquele destinado à produção de decalques fotográficos de desenhos a traço, mapas etc.
Papel higiênico: papel absorvente, para limpeza íntima após o término das necessidades fisiológicas; papel sanitário.
Papel imperial: papel velino, de formato grande e qualidade superfina, no qual se usa escrever decretos e cartas de lei, bem como requerimentos e petições que se dirigem a corporações ou personagens de elevada categoria.
Papel Kraft:  papel muito resistente, de cor parda, fabricado de uma mistura de fibras de celulose, oriundas de polpas de madeira macia, usado na fabricação de sacolas, envelopes, caixas, sacos etc.
Papel laminado: V papel de alumínio.
Papel linha-d’água: qualquer papel avergoado usado em publicações que no Brasil são isentas de tributação, com o fim de dificultar falsificações.
Papel litográfico: V papel ofsete.
Papel lustroso: V papel glacê.
Papel machê: material feito de papel picado, embebido em água, misturado com cola e gesso, usado principalmente na moldagem de objetos decorativos ou artísticos de diferentes formatos.
Papel macroporoso: aquele de estrutura física constituída predominantemente de poros de diâmetro grande, o que facilita a penetração da tinta.
Papel manilha: papel comum de embrulho, pouco resistente, colorido ou não, feito de aparas de papel e pasta mecânica e/ou semiquímica; manilha.
Papel manilhinha: papel fino e acinzentado, usado principalmente para embrulhar produtos alimentícios.
Papel marmoreado: muito usado em encadernações, tem aparência semelhante à do mármore, obtida por meio de respingos de tinta que se acrescentam ao veículo gomoso, seguidos de movimentos ondulatórios com instrumento apropriado; papel marmorizado.
Papel marmorizado: V papel marmoreado.
Papel mata-borrão: V mata-borrão.
Papel metalizado: qualquer papel que, passando por processos químicos apropriados, adquire a aparência de alumínio, bronze etc.
Papel milimetrado: papel com quadrículos de 1 mm para o desenho de plantas, gráficos etc.
Papel monolúcido: aquele com brilho em apenas uma das faces, produzido por cilindro monolúcido na própria máquina.
Papel NCR, Inform: V papel autocopiante.
Papel ofício: papel em formato ofício.
Papel ondulado: papel grosso, formado por diversas folhas alternadas de papel plano e papel enrugado, utilizado para embalagem.
Papel ofsete: papel com bastante cola, de superfície uniforme, livre de felpas e penugens, e preparado para resistir o melhor possível à ação da umidade; papel litográfico.
Papel oxford: V papel da índia.
Papel ozalide: papel sensível à luz, empregado para obter cópias de plantas, diagramas, mapas etc., traçados sobre papel vegetal.
Papel parafinado: aquele com uma camada fina de parafina, que o torna próprio para embrulhar produtos gordurosos.
Papel pardo: aquele sem cola, de cor parda e baixa qualidade, usado principalmente para fazer embrulhos; papel havana.
Papel pautado: aquele com linhas horizontais, próprio para escrita.
Papel pintado: V papel de parede.
Papel prateado: V papel de estanho.
Papel quadriculado: aquele que é riscado em quadrículos ou figuras retangulares; papel esquadrado.
Papel reciclado: papel obtido usando-se papéis já utilizados ou aparas de impressão.
Papel sanitário: V papel higiênico.
Papel sem fim: V papel contínuo.
Papel sensibilizado: V papel fotográfico.
Papel sensível: V papel fotográfico.
Papel social, Sociol: funções atribuídas a uma pessoa pelo status que ocupa em determinada sociedade.
Papel sulfite: papel obtido da pasta de madeira tratada pelo bissulfito de cálcio; sulfite.
Papel supercalandrado: papel liso, espesso e macio, de acetinagem mais acentuada que a comum, obtida por meio de uma calandra especial.
Papel telado: aquele que tem aderente a um dos lados um tecido semelhante a gaze, como reforço; papel-tela.
Papel temático, Ling: relação semântica que cada argumento estabelece com o predicado.
Papel timbrado: papel para correspondência, comercial ou oficial, com timbre que identifica o órgão que a emitiu.
Papel tissue: papel com baixa gramatura usado para produzir alguns produtos, como papel higiênico, toalhas de papel, lenços de papel, guardanapos etc.
Papel vegetal: a) papel transparente, próprio para servir de matriz para cópias no papel; b) papel transparente fabricado usando-se cânhamo ou linho, com boa resistência, usado em desenhos técnicos e plantas em arquitetura, dos quais podem ser feitas cópias.
Papel velino: papel de superfície muito lisa e macia, que imita, no aspecto, o pergaminho.
Papel verde: papel recém-fabricado, que pode apresentar problemas de instabilidade na impressão.
Papel vergê: V papel avergoado.
Papel zebrado: formulário contínuo pautado, com listas zebradas que facilitam a visualização das linhas impressas mais longas.
Confiar ao papel: colocar por escrito aquilo que não se quer ou não se deve falar.
De papel passado: a) de acordo com as exigências da lei; b) de pleno direito.
Ficar no papel: não se concretizar o que foi escrito; não passar de projeto.
Pôr no papel: assinalar por escrito (compromisso, contrato etc.); registrar.
ETIMOLOGIAlat papyrus, via cat paper.
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